quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O Rio e a poesia - os sentidos!!!

Cada vez mais é primordial restabelecer as ligações de pertença e afectividade com o local que habitámos, conhecermos melhor a nossa terra, porque só tendemos a amar e preservar aquilo que conhecemos bem, e como pensava Fernando Pessoa:
“(…)
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
(…)
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.”
«Alberto Caeiro»

O despertar dos sentidos são essenciais para compreender a paisagem que nos rodeia, faz todo o sentido que, quando envolvidos e inseridos no meio natural, se pratique o exercício de fechar os olhos e em silêncio se escute os sons que nos rodeia – a água que corre, o pássaro que canta, etc., os vários aromas que nos invadem, e principalmente, esquecer todos os problemas que nos afectam e percepcionar a harmonia com que a natureza se manifesta.

“A própria história da Vida encontra-se codificada na paisagem à nossa volta.”
(…)
Olhar e perceber sobre o que vemos, sobre o que lá existe,
sobre o que já existiu, ou mesmo sobre o que poderá existir,
ou não, no futuro.
Olhar e pensar sobre o que está presente em cada rua da
nossa cidade, em cada campo cultivado, em cada rio, monte
ou floresta, é abrir a porta para um verdadeiro diálogo e
principio de um entendimento entre a natureza e a sociedade.
É urgente colmatar a pouca afectiva que as
populações locais exibem hoje em dia em relação à paisagem
que as envolve. Esse desinteresse leva a algumas
consequências graves como a desvalorização do património
histórico, o desmatamento desnecessário, ou ainda à
sobrevalorização de tudo o que representa o” novo” e o
“moderno”.
Ao educar para os Valores da Paisagem (…)
É permitir que valorizem e preservem as paisagens locais e
garantir que estas possam ser usufruídas pelas gerações
futuras.
«David Abram»

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